O câncer de mama triplo negativo apresenta crescimento mais rápido, mas com diagnóstico precoce e tratamento personalizado pode ser combatido

Você sabia que há vários tipos de câncer de mama? A classificação depende do local de origem, da presença ou não de receptores hormonais (estrogênio e/ou progesterona) e da proteína HER2. De todos os tumores de mama, o subtipo triplo negativo é um dos que apresenta elevada proliferação celular, ou seja, cresce mais rápido. Conheça aqui suas principais características e como lidar com essa doença que costuma atingir mulheres na pré-menopausa.


1. Por que o câncer de mama triplo negativo é considerado um tipo agressivo?

O câncer de mama triplo negativo costuma ser um tumor com células que se multiplicam mais rápido. Quando essas células se dividem, o nódulo/tumor cresce de tamanho, pode também acometer os vasos linfáticos e, eventualmente, se instalar em outros órgãos do corpo. 



2. Qual a faixa etária que apresenta maior incidência da doença ?
As mulheres na pré-menopausa, período de 3 a 7 anos antes da menopausa, apresentam maiores taxas de tumores triplo negativos. Cerca de 15 a 20% dos tumores em mulheres com menos de 50 anos são triplo negativos. Alguns desses casos podem estar relacionados com mutações genéticas e herança familiar. 



3. Há alguma forma de prevenir o câncer de mama triplo negativo?

Um estilo de vida saudável é importante para diminuir os riscos de câncer, o que naturalmente também vale para o câncer de mama triplo negativo. Isso inclui dieta balanceada, eliminação do sobrepeso e da obesidade, prática de atividades físicas e combate ao consumo de álcool e ao tabagismo.



4. É indicado fazer a remoção das mamas como medida preventiva?

Pacientes que apresentam mutações genéticas, capazes de aumentar o risco para câncer de mama, devem ser avaliadas e o mastologista pode indicar a cirurgia de remoção das mamas, como tratamento preventivo. Foi o que aconteceu com a atriz americana Angelina Jolie, aos 37 anos, quando fez um teste genético e recebeu resultado positivo para a mutação de BRCA1. Ciente do enorme risco de desenvolver câncer de mama e/ou câncer de ovário, Angelina optou pela mastectomia profilática bilateral, na qual é retirada toda a glândula mamária e colocada prótese bilateral. Assim, o risco de ela desenvolver um câncer de mama diminuiu em mais de 90%. Dois anos depois, a atriz fez outra cirurgia para remoção da tuba uterina e dos ovários, também como forma de prevenção do câncer.



5. A decisão da atriz deve ser seguida por outras mulheres?

Depende. A remoção das mamas é uma decisão delicada, que deve ser analisada individualmente e com calma, a partir de muita informação e conversa com o mastologista. Há outras formas de combater o câncer de mama. O principal é o rastreamento anual por meio da mamografia e, em alguns casos, também da ressonância. O diagnóstico precoce aumenta as chances do tratamento apresentar bons resultados.

De qualquer forma, a atitude corajosa e, ao mesmo tempo, polêmica da atriz americana ajudou a chamar a atenção para formas de prevenção e combate ao câncer de mama no mundo inteiro. E provocou também a importante reflexão sobre bem-estar, saúde, autoestima e feminilidade.



6. Quais são as principais causas do câncer de mama triplo negativo ?

O câncer de mama surge a partir de uma divisão celular desordenada, levando à formação de células com atipias e estas, ao continuarem se dividindo, podem formar os nódulos/tumores na mama. Conforme essas células se multiplicam, elas podem cair nos vasos linfáticos e migrar para outros tecidos como linfonodos axilares e, eventualmente, para outros órgãos como pulmões, fígado e ossos.



7. Quais exames são indicados para fazer o diagnóstico do câncer de mama triplo negativo?

O diagnóstico pode ser feito a partir de uma alteração na mamografia. Se esse exame identificar algo suspeito, é indicado complementar a avaliação com ultrassom de mamas e, eventualmente, uma ressonância do local. Após os exames, a lesão deve ser biopsiada. Apenas a biópsia confirma se a lesão de fato é um câncer de mama.



Outro caminho é se a paciente perceber algo diferente na mama: nódulo, retração, abaulamento ou alteração na pele. Esses achados devem ser avaliados e, caso sejam suspeitos, também devem ser submetidos à biópsia.



8. A biópsia revela se o câncer é ou não triplo negativo?
A confirmação do diagnóstico é feita pelo anatomopatológico e o subtipo do tumor é revelado pela imunohistoquímica. Ou seja, pelo uso de corantes que marcam os receptores e as proteínas do tumor. Ela que vai determinar se o tumor tem ou não receptores hormonais e Her2.



9. Qual o tipo de tratamento mais adequado?

O câncer de mama triplo negativo costuma responder bem à quimioterapia. O tratamento pode fazer com que o tumor diminua, o que permite uma cirurgia menor.

Então, geralmente para tumores maiores que 1,5 cm uma opção de tratamento é: começar pela quimioterapia, depois realizar a cirurgia (setorectomia, mastectomia ou adenectomia, com avaliação de um ou mais linfonodos axilares) e complementação com radioterapia, quando necessário. Este é um tipo de tumor que geralmente responde bem ao tratamento com a quimioterapia, permitindo, então, que ele diminua de tamanho, o que facilita a cirurgia.

Existem casos em que o cirurgião faz primeiro a operação e só depois a quimioterapia e radioterapia. Isso acontece principalmente em pacientes que apresentam tumores menores de 1,5 cm.



10. Tratamentos sistêmicos além da quimioterapia podem ser utilizados? 

Em alguns casos realiza-se a imunoterapia (exemplo: pembrolizumabe) junto com a quimioterapia. Na imunoterapia o objetivo é ativar os linfócitos a atacarem as células cancerígenas. Pode-se também utilizar inibidores da PARP -- proteína que trabalha no reparo da célula. Se a PARP for inibida em pacientes com mutação genética dos genes BRCA1 e BRCA2, a célula alterada morre. Vale lembrar que cada caso deve ser avaliado individualmente.



11. Quais são as taxas de sobrevida do câncer de mama triplo negativo?

As taxas variam de acordo com o tamanho do tumor e a presença ou não de doença fora da mama. Importante: quanto antes for feito o diagnóstico e se iniciar o tratamento do câncer de mama triplo negativo, maior será a chance de cura.



12. O que pode alterar na qualidade de vida das pacientes durante o tratamento?

As pacientes com este subtipo de tumor acabam quase sempre submetidas à quimioterapia. Algumas podem apresentar efeitos colaterais como náusea e vômitos, sensação de fraqueza e mal estar, cansaço, perda do cabelo e alteração da sensibilidade de dedos e pés, entre outros sintomas. Mas pode ser também que a paciente passe por essa fase de forma tranquila, sem muitos efeitos colaterais. O importante é fazer uso de medicações para aliviar esses sintomas e cuidar da saúde de um modo geral. 



13. O que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida da paciente?

São necessários cuidados especiais para que passe por esse período da melhor forma possível. Isso inclui alimentação mais leve e saudável, atividade física quando possível e uma boa rede de apoio. É essencial ter companhia, saber que não está sozinha, que os profissionais da saúde, familiares e amigos estarão juntos neste momento. 


Caso você tenha qualquer dúvida, agende uma consulta com o mastologista. Mantenha sua saúde em dia!


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O câncer de mama triplo negativo apresenta crescimento mais rápido, mas com diagnóstico precoce e tratamento personalizado pode ser combatido

Você sabia que há vários tipos de câncer de mama? A classificação depende do local de origem, da presença ou não de receptores hormonais (estrogênio e/ou progesterona) e da proteína HER2. De todos os tumores de mama, o subtipo triplo negativo é um dos que apresenta elevada proliferação celular, ou seja, cresce mais rápido. Conheça aqui suas principais características e como lidar com essa doença que costuma atingir mulheres na pré-menopausa.



1. Por que o câncer de mama triplo negativo é considerado um tipo agressivo?
O câncer de mama triplo negativo costuma ser um tumor com células que se multiplicam mais rápido. Quando essas células se dividem, o nódulo/tumor cresce de tamanho, pode também acometer os vasos linfáticos e, eventualmente, se instalar em outros órgãos do corpo. 


2. Qual a faixa etária que apresenta maior incidência da doença ?
As mulheres na pré-menopausa, período de 3 a 7 anos antes da menopausa, apresentam maiores taxas de tumores triplo negativos. Cerca de 15 a 20% dos tumores em mulheres com menos de 50 anos são triplo negativos. Alguns desses casos podem estar relacionados com mutações genéticas e herança familiar. 


3. Há alguma forma de prevenir o câncer de mama triplo negativo?
Um estilo de vida saudável é importante para diminuir os riscos de câncer, o que naturalmente também vale para o câncer de mama triplo negativo. Isso inclui dieta balanceada, eliminação do sobrepeso e da obesidade, prática de atividades físicas e combate ao consumo de álcool e ao tabagismo.



4. É indicado fazer a remoção das mamas como medida preventiva?
Pacientes que apresentam mutações genéticas, capazes de aumentar o risco para câncer de mama, devem ser avaliadas e o mastologista pode indicar a cirurgia de remoção das mamas, como tratamento preventivo. Foi o que aconteceu com a atriz americana Angelina Jolie, aos 37 anos, quando fez um teste genético e recebeu resultado positivo para a mutação de BRCA1. Ciente do enorme risco de desenvolver câncer de mama e/ou câncer de ovário, Angelina optou pela mastectomia profilática bilateral, na qual é retirada toda a glândula mamária e colocada prótese bilateral. Assim, o risco de ela desenvolver um câncer de mama diminuiu em mais de 90%. Dois anos depois, a atriz fez outra cirurgia para remoção da tuba uterina e dos ovários, também como forma de prevenção do câncer.



5. A decisão da atriz deve ser seguida por outras mulheres?
Depende. A remoção das mamas é uma decisão delicada, que deve ser analisada individualmente e com calma, a partir de muita informação e conversa com o mastologista. Há outras formas de combater o câncer de mama. O principal é o rastreamento anual por meio da mamografia e, em alguns casos, também da ressonância. O diagnóstico precoce aumenta as chances do tratamento apresentar bons resultados.

De qualquer forma, a atitude corajosa e, ao mesmo tempo, polêmica da atriz americana ajudou a chamar a atenção para formas de prevenção e combate ao câncer de mama no mundo inteiro. E provocou também a importante reflexão sobre bem-estar, saúde, autoestima e feminilidade.



6. Quais são as principais causas do câncer de mama triplo negativo ?
O câncer de mama surge a partir de uma divisão celular desordenada, levando à formação de células com atipias e estas, ao continuarem se dividindo, podem formar os nódulos/tumores na mama. Conforme essas células se multiplicam, elas podem cair nos vasos linfáticos e migrar para outros tecidos como linfonodos axilares e, eventualmente, para outros órgãos como pulmões, fígado e ossos.



7. Quais exames são indicados para fazer o diagnóstico do câncer de mama triplo negativo?
O diagnóstico pode ser feito a partir de uma alteração na mamografia. Se esse exame identificar algo suspeito, é indicado complementar a avaliação com ultrassom de mamas e, eventualmente, uma ressonância do local. Após os exames, a lesão deve ser biopsiada. Apenas a biópsia confirma se a lesão de fato é um câncer de mama.


Outro caminho é se a paciente perceber algo diferente na mama: nódulo, retração, abaulamento ou alteração na pele. Esses achados devem ser avaliados e, caso sejam suspeitos, também devem ser submetidos à biópsia.


8. A biópsia revela se o câncer é ou não triplo negativo?
A confirmação do diagnóstico é feita pelo anatomopatológico e o subtipo do tumor é revelado pela imunohistoquímica. Ou seja, pelo uso de corantes que marcam os receptores e as proteínas do tumor. Ela que vai determinar se o tumor tem ou não receptores hormonais e Her2.


9. Qual o tipo de tratamento mais adequado?
O câncer de mama triplo negativo costuma responder bem à quimioterapia. O tratamento pode fazer com que o tumor diminua, o que permite uma cirurgia menor.

Então, geralmente para tumores maiores que 1,5 cm uma opção de tratamento é: começar pela quimioterapia, depois realizar a cirurgia (setorectomia, mastectomia ou adenectomia, com avaliação de um ou mais linfonodos axilares) e complementação com radioterapia, quando necessário. Este é um tipo de tumor que geralmente responde bem ao tratamento com a quimioterapia, permitindo, então, que ele diminua de tamanho, o que facilita a cirurgia.

Existem casos em que o cirurgião faz primeiro a operação e só depois a quimioterapia e radioterapia. Isso acontece principalmente em pacientes que apresentam tumores menores de 1,5 cm.



10. Tratamentos sistêmicos além da quimioterapia podem ser utilizados? 

Em alguns casos realiza-se a imunoterapia (exemplo: pembrolizumabe) junto com a quimioterapia. Na imunoterapia o objetivo é ativar os linfócitos a atacarem as células cancerígenas. Pode-se também utilizar inibidores da PARP -- proteína que trabalha no reparo da célula. Se a PARP for inibida em pacientes com mutação genética dos genes BRCA1 e BRCA2, a célula alterada morre. Vale lembrar que cada caso deve ser avaliado individualmente.



11. Quais são as taxas de sobrevida do câncer de mama triplo negativo?
As taxas variam de acordo com o tamanho do tumor e a presença ou não de doença fora da mama. Importante: quanto antes for feito o diagnóstico e se iniciar o tratamento do câncer de mama triplo negativo, maior será a chance de cura.


12. O que pode alterar na qualidade de vida das pacientes durante o tratamento?
As pacientes com este subtipo de tumor acabam quase sempre submetidas à quimioterapia. Algumas podem apresentar efeitos colaterais como náusea e vômitos, sensação de fraqueza e mal estar, cansaço, perda do cabelo e alteração da sensibilidade de dedos e pés, entre outros sintomas. Mas pode ser também que a paciente passe por essa fase de forma tranquila, sem muitos efeitos colaterais. O importante é fazer uso de medicações para aliviar esses sintomas e cuidar da saúde de um modo geral. 



13. O que pode ser feito para melhorar a qualidade de vida da paciente?
São necessários cuidados especiais para que passe por esse período da melhor forma possível. Isso inclui alimentação mais leve e saudável, atividade física quando possível e uma boa rede de apoio. É essencial ter companhia, saber que não está sozinha, que os profissionais da saúde, familiares e amigos estarão juntos neste momento. 




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