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15 respostas sobre tratamento de câncer de mama

Conheça aqui as principais formas para combater o tipo de câncer mais comum entre as mulheres


O câncer de mama é o que mais atinge mulheres no mundo. Em 2020, foram estimados 2,3 milhões de casos novos, o que significa 24,5% de todos os tipos de câncer em mulheres. O diagnóstico precoce, obtido por meio de exame clínico, mamografia e, em alguns casos,

ultrassonografia mamária e ressonância magnética, confirmado por meio de biópsia, é a melhor forma de combater a doença. Se o resultado for positivo, a equipe médica que acompanha o caso escolhe os tratamentos de acordo com o estadiamento e gravidade do

câncer, idade, estado de saúde e outras características da paciente. Aqui, vou esclarecer dúvidas importantes sobre o que a ciência oferece atualmente às pessoas com câncer de mama.


1.  O tratamento do câncer de mama depende do estadiamento da doença? Por quê?

O tratamento do câncer de mama deve ser individualizado porque depende do tipo de tumor, do seu tamanho e localização, idade e comorbidades da paciente. Nos casos de tumores menores de 5 cm sem comprometimento axilar o tratamento pode ser iniciado pela cirurgia. Num segundo momento, a paciente pode receber um tratamento sistêmico, seja quimioterapia ou hormonioterapia. Se a paciente realizou uma cirurgia conservadora (aquela que não retira a mama toda) deve-se complementar também o tratamento com

radioterapia. Porém existem casos que apesar de a paciente ter um tumor pequeno, dependendo do seu tipo, localização e idade, pode ser indicada a quimioterapia, antes ou depois da cirurgia.



2.  E se o tumor for maior? O que costuma ser feito?

Quando a paciente apresenta tumor maior que 5cm ou quando existe linfonodos axilares comprometidos, o tratamento pode ser iniciado tanto pela cirurgia como pela quimioterapia. Quando é possível realizar a quimioterapia antes da cirurgia, pode haver redução do tamanho do tumor, permitindo cirurgias menores. Além da quimioterapia e da cirurgia, pode ser associado ao tratamento que recebe o nome de terapia alvo. Nesse caso, as pacientes com tumores de mama que expressam de maneira acentuada a proteína Her 2 podem receber medicamentos específicos contra as mesmas (terapia anti Her). Nos casos de tumores maiores que 5 cm e com axilas com linfonodos positivos geralmente o tratamento também envolve radioterapia..



3.  Como é o tratamento das pacientes, cujo câncer de mama levou ao aparecimento da doença em outros órgãos, como pulmão, fígado ou ossos?

O tratamento inicial é geralmente o sistêmico, ou seja, quimioterapia ou hormonioterapia, buscando o controle dessas lesões e seu desaparecimento.

 


4.  É impossível tratar o câncer de mama sem mastectomia?

O tamanho da cirurgia depende mais da relação mama tumor do que com a gravidade da doença. Uma paciente com mama média e um nódulo no cantinho, por exemplo, pode fazer uma cirurgia conservadora. Já o mesmo tumor, na região central da mama, às vezes, impossibilita a cirurgia conservadora e a equipe médica indica a mastectomia (retirada de toda a glândula da mama e papila), ou adenectomia (retira a glândula, porém preserva a papila).

 

 

5.  Como são os tipos de cirurgias do câncer de mama?
Quais suas vantagens e desvantagens?

Cirurgia conservadora: Só remove o tumor com margem de segurança. Pode oferecer um bom resultado estético e tratar adequadamente a paciente.
Mastectomia simples: Retirada da glândula da mama, da pele e do complexo aureolo papilar.
Mastectomia poupadora de pele: Remoção da glândula da mama e do complexo aureolo papilar, preservando a pele.
Adenectomia: Retirada da glândula da mama, mantendo a pele e o complexo aureolo papilar.

 


6.  Em todos os casos de mastectomia é possível fazer a reconstrução mamária?

Geralmente sim. Pode ser feita com prótese de silicone, prótese expansora (que "abre" o espaço para colocar a prótese de silicone em uma próxima cirurgia) ou com retalho muscular (por exemplo, do abdome). Importante: quanto mais pele é preservada, melhor será a reconstrução e a simetria mamaria. Em alguns casos, como pacientes com comorbidades não controladas, tabagistas (dependendo do número de cigarros e tempo de uso) e obesos, a reconstrução não é feita imediatamente. Ou seja, fica para uma próxima cirurgia.



7.  Quais são as cirurgias na axila que fazem parte do tratamento de câncer de mama?

Basicamente duas:
Biopsia de linfonodo sentinela: Remoção do primeiro linfonodo (às vezes, pode ser mais do que um) que faz a drenagem da mama.
Esvaziamento/amostragem axilar: Remoção dos linfonodos que se encontram na região axilar onde realiza-se a drenagem da mama.


8. Quais os tipos de quimioterapia utilizados para tratar o câncer de mama?

A indicação de quimioterapia leva em conta a idade da paciente, comorbidades, tamanho do tumor, acometimento ou não de linfonodos (subtipo do câncer de mama) e, eventualmente, testes moleculares que avaliam o risco de recorrência do tumor. Em geral, a quimioterapia é utilizada para tratar tumores que acometem pacientes na pré-menopausa ou com comprometimento dos linfonodos axilares. É também recomendada para tratar subtipos tumorais mais agressivos, que apresentam maior grau de divisão celular, que tenham mais que 5 cm.


9. São feitos vários ciclos? Quais as principais drogas utilizadas?

Sim, em geral são realizados vários ciclos. E as principais medicações usadas são: Doxorrubicina, Ciclofosfamida e Docetaxel.



10. Como a quimioterapia atua no organismo?

Ela chega nos tumores por meio da corrente sanguínea, destrói suas células e diminui seu tamanho. As drogas agem nas células de alta replicação, por isso as pacientes apresentam efeitos colaterais como queda de cabelo, vômitos e diarreia. Para destruir qualquer célula residual, algumas pacientes fazem quimioterapia após a cirurgia. O objetivo do tratamento, que dura cerca de 5 meses, é manter a paciente livre da doença, evitando recidivas.



11. Como é a radioterapia para câncer de mama?

Nos últimos anos, a radioterapia evoluiu muito. Atualmente, seu planejamento é feito de forma bastante precisa para que a irradiação acometa apenas a área da mama e vias de drenagem (região onde estão os linfonodos). Em geral, é um tratamento rápido. O número de sessões pode variar de 5 a 28, dependendo do caso. A radioterapia complementa as cirurgias conservadoras e é importante para evitar recorrências (dependendo do caso também é indicada após mastectomias).



12. Quais as vantagens e desvantagens da radioterapia?

Vantagens: O tratamento é preciso e seguro, quase sem efeitos colaterais e diminui a chance de recidiva.
Desvantagens:  Pode causar fibrose na região e alterar a forma da prótese. Além disso, algumas pacientes apresentam escurecimento da pele e vermelhidão local.



13. São indicadas medicações orais para tratar o câncer de mama? Que tipo?

A Hormonioterapia é realizada nas pacientes com tumores de mama com receptores hormonais. O tratamento, então, impede que os hormônios femininos produzidos pelo nosso corpo atuem na mama. Isso diminui a multiplicação celular e protege a mama do aparecimento de nova neoplasia.



14. E a imunoterapia?

Estudos mostram que o uso de imunoterapia em pacientes com tumores sem receptores hormonais apresenta bons resultados, diminuindo recidivas. Um deles, denominado Inpassion 130 e apresentado em 2018 no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia, mostrou a eficácia da combinação de Atezolizumab com a quimioterapia Nab-paclitaxel para combater o câncer de mama metastático. O tratamento já aprovado pela Anvisa resultou em mais tempo sem progressão das metástases e chance maior de sobrevida global.

 


15. O que a tecnologia e a medicina do futuro podem trazer de avanços para o tratamento do câncer de mama? Tem alguma pesquisa inovadora em andamento nesse sentido?

A cada ano procura-se entender melhor os subtipos do câncer de mama e como eles respondem aos tratamentos que já existem. Há também uma busca continua por novas drogas, como a imunoterapia, para que atuem especificamente nos tumores, o que diminui os efeitos colaterais e aumenta a chance de cura. Cada vez mais são usados também testes moleculares, como o Oncotype, Mamma Print e Pan 50, para entender melhor o risco de recorrência do câncer de mama e a importância do tratamento complementar.



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Conheça aqui as principais formas para combater o tipo de câncer mais comum entre as mulheres

O câncer de mama é o que mais atinge mulheres no mundo. Em 2020, foram estimados 2,3 milhões de casos novos, o que significa 24,5% de todos os tipos de câncer em mulheres. O diagnóstico precoce, obtido por meio de exame clínico, mamografia e, em alguns casos,

ultrassonografia mamária e ressonância magnética, confirmado por meio de biópsia, é a melhor forma de combater a doença. Se o resultado for positivo, a equipe médica que acompanha o caso escolhe os tratamentos de acordo com o estadiamento e gravidade do

câncer, idade, estado de saúde e outras características da paciente. Aqui, vou esclarecer dúvidas importantes sobre o que a ciência oferece atualmente às pessoas com câncer de mama.

1.  O tratamento do câncer de mama depende do estadiamento da doença? Por quê?

O tratamento do câncer de mama deve ser individualizado porque depende do tipo de tumor, do seu tamanho e localização, idade e comorbidades da paciente. Nos casos de tumores menores de 5 cm sem comprometimento axilar o tratamento pode ser iniciado pela cirurgia. Num segundo momento, a paciente pode receber um tratamento sistêmico, seja quimioterapia ou hormonioterapia. Se a paciente realizou uma cirurgia conservadora (aquela que não retira a mama toda) deve-se complementar também o tratamento com

radioterapia. Porém existem casos que apesar de a paciente ter um tumor pequeno, dependendo do seu tipo, localização e idade, pode ser indicada a quimioterapia, antes ou depois da cirurgia.



2.  E se o tumor for maior? O que costuma ser feito?

Quando a paciente apresenta tumor maior que 5cm ou quando existe linfonodos axilares comprometidos, o tratamento pode ser iniciado tanto pela cirurgia como pela quimioterapia. Quando é possível realizar a quimioterapia antes da cirurgia, pode haver redução do tamanho do tumor, permitindo cirurgias menores. Além da quimioterapia e da cirurgia, pode ser associado ao tratamento que recebe o nome de terapia alvo. Nesse caso, as pacientes com tumores de mama que expressam de maneira acentuada a proteína Her 2 podem receber medicamentos específicos contra as mesmas (terapia anti Her). Nos casos de tumores maiores que 5 cm e com axilas com linfonodos positivos geralmente o tratamento também envolve radioterapia.



3.  Como é o tratamento das pacientes, cujo câncer de mama levou ao aparecimento da doença em outros órgãos, como pulmão, fígado ou ossos?

O tratamento inicial é geralmente o sistêmico, ou seja, quimioterapia ou hormonioterapia, buscando o controle dessas lesões e seu desaparecimento.

 


4.  É impossível tratar o câncer de mama sem mastectomia?

O tamanho da cirurgia depende mais da relação mama tumor do que com a gravidade da doença. Uma paciente com mama média e um nódulo no cantinho, por exemplo, pode fazer uma cirurgia conservadora. Já o mesmo tumor, na região central da mama, às vezes, impossibilita a cirurgia conservadora e a equipe médica indica a mastectomia (retirada de toda a glândula da mama e papila), ou adenectomia (retira a glândula, porém preserva a papila).

 

 

5.  Como são os tipos de cirurgias do câncer de mama?
Quais suas vantagens e desvantagens?

Cirurgia conservadora: Só remove o tumor com margem de segurança. Pode oferecer um bom resultado estético e tratar adequadamente a paciente.
Mastectomia simples:
Retirada da glândula da mama, da pele e do complexo aureolo papilar.
Mastectomia poupadora de pele:
Remoção da glândula da mama e do complexo aureolo papilar, preservando a pele.
Adenectomia:
Retirada da glândula da mama, mantendo a pele e o complexo aureolo papilar.

 


6.  Em todos os casos de mastectomia é possível fazer a reconstrução mamária?

Geralmente sim. Pode ser feita com prótese de silicone, prótese expansora (que "abre" o espaço para colocar a prótese de silicone em uma próxima cirurgia) ou com retalho muscular (por exemplo, do abdome). Importante: quanto mais pele é preservada, melhor será a reconstrução e a simetria mamaria. Em alguns casos, como pacientes com comorbidades não controladas, tabagistas (dependendo do número de cigarros e tempo de uso) e obesos, a reconstrução não é feita imediatamente. Ou seja, fica para uma próxima cirurgia.



7.  Quais são as cirurgias na axila que fazem parte do tratamento de câncer de mama?

Basicamente duas:
Biopsia de linfonodo sentinela: Remoção do primeiro linfonodo (às vezes, pode ser mais do que um) que faz a drenagem da mama.
Esvaziamento/amostragem axilar: Remoção dos linfonodos que se encontram na região axilar onde realiza-se a drenagem da mama.


8. Quais os tipos de quimioterapia utilizados para tratar o câncer de mama?

A indicação de quimioterapia leva em conta a idade da paciente, comorbidades, tamanho do tumor, acometimento ou não de linfonodos (subtipo do câncer de mama) e, eventualmente, testes moleculares que avaliam o risco de recorrência do tumor. Em geral, a quimioterapia é utilizada para tratar tumores que acometem pacientes na pré-menopausa ou com comprometimento dos linfonodos axilares. É também recomendada para tratar subtipos tumorais mais agressivos, que apresentam maior grau de divisão celular, que tenham mais que 5 cm.



9. São feitos vários ciclos? Quais as principais drogas utilizadas?

Sim, em geral são realizados vários ciclos. E as principais medicações usadas são: Doxorrubicina, Ciclofosfamida e Docetaxel.



10. Como a quimioterapia atua no organismo?

Ela chega nos tumores por meio da corrente sanguínea, destrói suas células e diminui seu tamanho. As drogas agem nas células de alta replicação, por isso as pacientes apresentam efeitos colaterais como queda de cabelo, vômitos e diarreia. Para destruir qualquer célula residual, algumas pacientes fazem quimioterapia após a cirurgia. O objetivo do tratamento, que dura cerca de 5 meses, é manter a paciente livre da doença, evitando recidivas.



11. Como é a radioterapia para câncer de mama?

Nos últimos anos, a radioterapia evoluiu muito. Atualmente, seu planejamento é feito de forma bastante precisa para que a irradiação acometa apenas a área da mama e vias de drenagem (região onde estão os linfonodos). Em geral, é um tratamento rápido. O número de sessões pode variar de 5 a 28, dependendo do caso. A radioterapia complementa as cirurgias conservadoras e é importante para evitar recorrências (dependendo do caso também é indicada após mastectomias).



12. Quais as vantagens e desvantagens da radioterapia?

Vantagens - O tratamento é preciso e seguro, quase sem efeitos colaterais e diminui a chance de recidiva.
Desvantagens
- Pode causar fibrose na região e alterar a forma da prótese. Além disso, algumas pacientes apresentam escurecimento da pele e vermelhidão local.



13. São indicadas medicações orais para tratar o câncer de mama? Que tipo?

A Hormonioterapia é realizada nas pacientes com tumores de mama com receptores hormonais. O tratamento, então, impede que os hormônios femininos produzidos pelo nosso corpo atuem na mama. Isso diminui a multiplicação celular e protege a mama do aparecimento de nova neoplasia.



14. E a imunoterapia?

Estudos mostram que o uso de imunoterapia em pacientes com tumores sem receptores hormonais apresenta bons resultados, diminuindo recidivas. Um deles, denominado Inpassion 130 e apresentado em 2018 no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia, mostrou a eficácia da combinação de Atezolizumab com a quimioterapia Nab-paclitaxel para combater o câncer de mama metastático. O tratamento já aprovado pela Anvisa resultou em mais tempo sem progressão das metástases e chance maior de sobrevida global.

 


15. O que a tecnologia e a medicina do futuro podem trazer de avanços para o tratamento do câncer de mama? Tem alguma pesquisa inovadora em andamento nesse sentido?

A cada ano procura-se entender melhor os subtipos do câncer de mama e como eles respondem aos tratamentos que já existem. Há também uma busca continua por novas drogas, como a imunoterapia, para que atuem especificamente nos tumores, o que diminui os efeitos colaterais e aumenta a chance de cura. Cada vez mais são usados também testes moleculares, como o Oncotype, Mamma Print e Pan 50, para entender melhor o risco de recorrência do câncer de mama e a importância do tratamento complementar.

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