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Emoções por segundo


Além das preocupações com a própria vida e bem-estar, o diagnóstico e tratamento de câncer de mama impactam a autoimagem feminina. Nesse momento, o apoio de profissionais da saúde, familiares e amigos é fundamental


Negação, raiva ou medo são sentimentos comuns entre mulheres com câncer de mama. Essas reações psicológicas, segundo estudo publicado no Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, são provocadas principalmente pelos impactos do tratamento na autoimagem feminina e no relacionamento sexual. A retirada da mama em cirurgia ou a queda de cabelos provocada pela quimioterapia mudam a percepção sobre si mesma. Deixam a mulher mais vulnerável e com a sensação que está menos atraente. Realizada com 152 mulheres que frequentavam um ambulatório oncológico e tinham idade média de 53 anos, esta pesquisa mostrou que pacientes com câncer de mama correm alto risco de apresentar transtornos como ansiedade e depressão.


Além de simbolizar a feminilidade e a sexualidade, as mamas têm importante papel na maternidade ao produzir leite e alimentar os bebês até pelo menos seis meses de vida. Têm também um peso grande na forma como a mulher avalia a si mesma e como os outros a enxergam. Por isso, desde o início do tratamento é essencial a paciente receber apoio emocional da equipe médica, de psicólogos, de grupos de apoio, de parentes, do companheiro e de amigos para sentir-se mais segura e aprender a lidar com os efeitos do tratamento.


O primeiro passo é criar um vínculo de confiança com a médica que vai acompanhá-la durante todo o tratamento.  Por meio de conversas claras e transparentes, a paciente tira dúvidas, alinha expectativas e sente-se acolhida. A mastologista pode ainda indicar acompanhamento psicológico para a paciente conseguir lidar melhor com suas emoções ou sugerir grupos de apoio para quem tem câncer, nos quais os participantes dividem experiências. Pessoas que vivenciam a mesma situação e outras que já terminaram o tratamento frequentam esses encontros. Assim, a paciente sente que não está sozinha na jornada de luta contra o câncer de mama. Alguns exemplos:

· Remama:  Grupo do CEPEUSP, da Universidade de São Paulo, que estimula a prática de atividades físicas, mais especificamente de remo, para melhorar as condições de vida e a reabilitação das pacientes que tiveram câncer de mama. www.cepe.usp.br

 

·  Cora (Centro Oncológico de Recuperação e Apoio): Oferece apoio e suporte emocional às pessoas atingidas por todo tipo de câncer e aos seus familiares. O objetivo da associação sem fins lucrativos é ajudar o paciente a enxergar suas potencialidades, reintegrar seus recursos internos e resgatar suas forças, vitalidade e saúde de forma integral. Presta atendimento em grupo e individual.  www.coracentrooncologico.org.br

 

· Oncoguia: Oferece aos pacientes com câncer e seus familiares o programa Roda de Conversas. Trata-se de encontros semanais pela plataforma Zoom entre pessoas que estão passando pelos mesmos problemas em relação ao diagnóstico e ao tratamento do câncer. O bate-papo é mediado por Psico-Oncologistas do Comitê de Saúde Emocional do Oncoguia. www.oncoguia.org.br

 

· Femama: A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde é uma associação sem fins econômicos que luta por mudanças em políticas públicas. Seu objetivo é garantir melhor acesso e qualidade no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama. Tem mais de 70 Ongs associadas que prestam vários serviços aos pacientes e familiares, entre eles atendimento psicológico e assistência social. www.femama.org.br

 

 

Rede de apoio

Essa é outra parte fundamental do tratamento porque ajuda a paciente a se sentir segura, a se fortalecer e a perceber a presença de pessoas que cuidam dela enquanto passa pelo tratamento. A família costuma ser o porto seguro em todos os aspectos: afetivo, acompanhamento às consultas e aos exames, ajuda com questões práticas do dia a dia  e tomada de decisões.

Os amigos, por sua vez, deixam o momento mais leve. Além de fazerem companhia, auxiliam a paciente a manter a vida social e desfocar um pouco do tratamento. O companheiro, ao se mostrar presente e apoiar o tratamento, dá sinais de que o relacionamento do casal é mais forte e sólido do que as dificuldades, medos e resultados estéticos do tratamento. Resultado: a mulher fica mais segura e deixa de lado a ideia que seu namoro ou casamento vai terminar porque ficou doente.



Reconstrução de mama

Conseguir se sentir bem com o próprio corpo é essencial para a autoestima, para o próprio bem-estar e para o relacionamento com o parceiro. Por isso, a reconstrução da mama deve fazer parte do tratamento. Nem sempre o resultado fica satisfatório na primeira abordagem. Às vezes, são necessárias cirurgias complementares para atingir determinado padrão. O mais importante, no entanto, é a paciente saber que tem essa possibilidade.

No caso de uma cirurgia conservadora de mama, por exemplo, é possível usar o próprio tecido glandular remanescente para reorganizá-la. Quando a cirurgia exige uma retirada maior de tecido glandular, pode ser feita a mamoplastia contralateral para deixar as duas mamas com o mesmo volume. Se for realizada a mastectomia, a mama pode ser reconstruída com prótese. O complexo papilar também pode ser reconstruído ou até mesmo tatuado. Por fim, a lipoenxertia tem a função de ajustar volume. Ou seja, existem várias opções para corrigir as alterações decorrentes da cirurgia e voltar gradativamente a ter uma vida mais estável e feliz.

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Emoções por segundo

Além das preocupações com a própria vida e bem-estar, o diagnóstico e tratamento de câncer de mama impactam a autoimagem feminina. Nesse momento, o apoio de profissionais da saúde, familiares e amigos é fundamental.

Negação, raiva ou medo são sentimentos comuns entre mulheres com câncer de mama. Essas reações psicológicas, segundo estudo publicado no Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, são provocadas principalmente pelos impactos do tratamento na autoimagem feminina e no relacionamento sexual. A retirada da mama em cirurgia ou a queda de cabelos provocada pela quimioterapia mudam a percepção sobre si mesma. Deixam a mulher mais vulnerável e com a sensação que está menos atraente. Realizada com 152 mulheres que frequentavam um ambulatório oncológico e tinham idade média de 53 anos, esta pesquisa mostrou que pacientes com câncer de mama correm alto risco de apresentar transtornos como ansiedade e depressão.


Além de simbolizar a feminilidade e a sexualidade, as mamas têm importante papel na maternidade ao produzir leite e alimentar os bebês até pelo menos seis meses de vida. Têm também um peso grande na forma como a mulher avalia a si mesma e como os outros a enxergam. Por isso, desde o início do tratamento é essencial a paciente receber apoio emocional da equipe médica, de psicólogos, de grupos de apoio, de parentes, do companheiro e de amigos para sentir-se mais segura e aprender a lidar com os efeitos do tratamento.


O primeiro passo é criar um vínculo de confiança com a médica que vai acompanhá-la durante todo o tratamento.  Por meio de conversas claras e transparentes, a paciente tira dúvidas, alinha expectativas e sente-se acolhida. A mastologista pode ainda indicar acompanhamento psicológico para a paciente conseguir lidar melhor com suas emoções ou sugerir grupos de apoio para quem tem câncer, nos quais os participantes dividem experiências. Pessoas que vivenciam a mesma situação e outras que já terminaram o tratamento frequentam esses encontros. Assim, a paciente sente que não está sozinha na jornada de luta contra o câncer de mama. Alguns exemplos:


·     Remama: Grupo do CEPEUSP, da Universidade de São Paulo, que estimula a prática de atividades físicas, mais especificamente de remo, para melhorar as condições de vida e a reabilitação das pacientes que tiveram câncer de mama. www.cepe.usp.br

 

·     Cora (Centro Oncológico de Recuperação e Apoio): Oferece apoio e suporte emocional às pessoas atingidas por todo tipo de câncer e aos seus familiares. O objetivo da associação sem fins lucrativos é ajudar o paciente a enxergar suas potencialidades, reintegrar seus recursos internos e resgatar suas forças, vitalidade e saúde de forma integral. Presta atendimento em grupo e individual.  www.coracentrooncologico.org.br

 

·     Oncoguia: Oferece aos pacientes com câncer e seus familiares o programa Roda de Conversas. Trata-se de encontros semanais pela plataforma Zoom entre pessoas que estão passando pelos mesmos problemas em relação ao diagnóstico e ao tratamento do câncer. O bate-papo é mediado por Psico-Oncologistas do Comitê de Saúde Emocional do Oncoguia. www.oncoguia.org.br

 

·     Femama: A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde é uma associação sem fins econômicos que luta por mudanças em políticas públicas. Seu objetivo é garantir melhor acesso e qualidade no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama. Tem mais de 70 Ongs associadas que prestam vários serviços aos pacientes e familiares, entre eles atendimento psicológico e assistência social. www.femama.org.br

 


Rede de apoio

Essa é outra parte fundamental do tratamento porque ajuda a paciente a se sentir segura, a se fortalecer e a perceber a presença de pessoas que cuidam dela enquanto passa pelo tratamento. A família costuma ser o porto seguro em todos os aspectos: afetivo, acompanhamento às consultas e aos exames, ajuda com questões práticas do dia a dia  e tomada de decisões.

Os amigos, por sua vez, deixam o momento mais leve. Além de fazerem companhia, auxiliam a paciente a manter a vida social e desfocar um pouco do tratamento. O companheiro, ao se mostrar presente e apoiar o tratamento, dá sinais de que o relacionamento do casal é mais forte e sólido do que as dificuldades, medos e resultados estéticos do tratamento. Resultado: a mulher fica mais segura e deixa de lado a ideia que seu namoro ou casamento vai terminar porque ficou doente.

 

Reconstrução de mama

Conseguir se sentir bem com o próprio corpo é essencial para a autoestima, para o próprio bem-estar e para o relacionamento com o parceiro. Por isso, a reconstrução da mama deve fazer parte do tratamento. Nem sempre o resultado fica satisfatório na primeira abordagem. Às vezes, são necessárias cirurgias complementares para atingir determinado padrão. O mais importante, no entanto, é a paciente saber que tem essa possibilidade.

No caso de uma cirurgia conservadora de mama, por exemplo, é possível usar o próprio tecido glandular remanescente para reorganizá-la. Quando a cirurgia exige uma retirada maior de tecido glandular, pode ser feita a mamoplastia contralateral para deixar as duas mamas com o mesmo volume. Se for realizada a mastectomia, a mama pode ser reconstruída com prótese. O complexo papilar também pode ser reconstruído ou até mesmo tatuado. Por fim, a lipoenxertia tem a função de ajustar volume. Ou seja, existem várias opções para corrigir as alterações decorrentes da cirurgia e voltar gradativamente a ter uma vida mais estável e feliz.


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